CAFÉ RETROGLAM

FICHA TÉCNICA

Projeto: Construção + Interiores

Uso: Comercial

Ano: 2025

Autoria: Gabriel Máximo

Coautores: Daniela Gomes, Gustavo Herrera

Localização: Bela Vista – SP

Área de Interferência: 217m²

Área Total: 217m²

Materiais Predominantes: Acrílico, Cerâmica, Concreto, Vidro.

DE ONTEM E HOJE

  Nascido do encontro entre visões bem definidas do cliente e da linguagem particular do escritório, o Café Retroglam foi resultado de uma estética retrofuturista que mistura nostalgia com tecnologia. Inspirado nas cores, curvas e materiais dos anos 60, o conceito elaborado propõe uma releitura moderna do imaginário retrô, transformando projeções futuras do passado em construído contemporâneo.

  Sua essência combina referências clássicas — como nichos circulares de iluminação, tijolos de vidro, sala rebaixada para consumo, formas orgânicas e acabamentos metálicos, brilhantes ou de acrílico — com técnicas e exigências do momento, incluindo forros de lona, amplas aberturas de vidro, estrutura mista, vegetação presente, sustentabilidade e acessiblidade.

  A paleta de cores é vibrante e cuidadosamente orquestrada: tons de laranja, verde, turquesa e azul definem os pontos focais, enquanto texturas como granilite, veludo e cerâmica suavizam o conjunto. O resultado é um ambiente lúdico, dinâmico e acolhedor, onde passado e presente se sobrepõem para criar um futuro imaginado.

“O projeto adquiriu uma estética bem particular quando os desejos do cliente se uniram a nossa identidade como criadores. Ele mescla nostalgia dos anos 60 com tecnologia do agora, apresentando uma nova perspectiva para o conceito de retrofuturismo.”

“Estética sozinha não faz um projeto. Arquitetura precisa ser prática, optima e funcional tanto quanto agradável, tocante e bela. Fizemos questão de trazer conforto para todos os espaços, não somente os abarcados por consumidores, e temos satisfação de dizer que conseguimos elaborar áreas administrativas e de produção não só utilizáveis, mas acima do mínimo comum.”

CONFORTO E INFRAESTRUTURA

  No Café Retroglam, o visual marcante vem acompanhado de um desenho técnico minucioso. O projeto foi pensado para garantir conforto e eficiência tanto aos clientes quanto à equipe, integrando fluxos, visuais e ambiências em um único gesto arquitetônico. A sala principal, rebaixada em relação ao nível da rua, cria uma sensação de refúgio urbano, enquanto o jardim semicoberto nos fundos amplia o espaço de consumo e oferece uma pausa ao ar livre.

  As circulações internas foram cuidadosamente planejadas para o funcionamento dinâmico do café, permitindo que a rotina de atendimento e preparo se desenvolva com fluidez. A área aberta posterior, solicitada pelo cliente, garante ventilação cruzada entre a rua e o fundo do lote, complementada pela iluminação natural controlada pelas fachadas orientadas a pontos estratégicos de insolação.

  Essa coerência entre técnica e sensibilidade garante conforto em todos os espaços — dos ambientes de consumo às áreas administrativas e de produção — provando que estética e funcionalidade não se excluem, mas se fortalecem mutuamente.

TRANSPARÊNCIA CONVIDATIVA

  Voltado para uma esquina movimentada, o Café Retroglam transforma sua fachada em vitrine urbana. O uso generoso do vidro permite que o interior se revele ao público, despertando a curiosidade de quem passa e convidando à entrada. O desenho das fachadas e a aplicação de cores vibrantes destacam o edifício no entorno, reforçando sua presença como ponto de referência local.

  A cozinha aberta e visível — localizada na própria fachada — é parte essencial dessa estratégia. O preparo dos alimentos pode ser acompanhado por quem está dentro ou fora do café, gerando transparência no serviço e promovendo um contato direto entre equipe e público. O atendimento se adapta a diferentes ritmos, do consumo rápido à permanência prolongada.

  Essa abertura visual e funcional vai além da estética: ela reforça o papel social do café como espaço de convivência e segurança urbana. O projeto se conecta à calçada e à vizinhança, convidando o entorno a participar — fazendo da arquitetura não apenas abrigo, mas parte ativa da vida da cidade.

“No final, toda loja é um negócio. Não da para ignorar que precisa atrair pessoas e chamar a atenção. Devido a isso, utilizamos os próprios elementos construtivos das fachadas, como formas e cores, para que ela salte no olhar do transeunte e seja ponto focal na região. ”